CARBONO MUSICAL 2: Luiz Ayrão - 20 Super Sucessos

domingo, 8 de outubro de 2017

Luiz Ayrão - 20 Super Sucessos

Luiz Ayrão (Cantor. Compositor. Escritor).
Luiz Gonzaga Kedi Ayrão
19/1/1942 Rio de Janeiro, RJ

Nasceu no bairro do Lins de Vasconcelos, no Rio de Janeiro. Filho do músico e compositor Darcy (1915-1955).

Cresceu em ambiente musical, o bisavô era músico e o avô, Artur da Silva Ayrão, estudou música no internato Escola Quinze de Novembro e na Escola Militar de Realengo na década de 1880, tornando-se maestro e professor. Na casa de um tio de seu pai, Juca de Azevedo, saxofonista, costumavam frequentar Pixinguinha e João da Baiana, que tocavam composições do maestro e professor Ayrão. 

O pai Darcy, ex-atleta (natação e salto com vara) ganhou alguns títulos cariocas como militar. Seu primo Zeny de Azevedo, conhecido como Algodão, foi por várias vezes campeão de basquetebol pelo Flamengo e ainda capitão da seleção brasileira, sagrando-se campeão mundial em 1959. Outro tio de nome Audary e de pseudônimo Ayrão Reis, teve sucessos gravados por Blecaute "Ai, ai meu sinhô..." e por Adelaide Chiozzo que gravou "Lá vem o seu Tenório". Outro membro da família, o ex-jogador Moser, atuou também pelo Flamengo, sagrando-se por ele, campeão mundial interclubes. 
Aos cinco anos de idade começou a compor suas primeiras músicas e a cantar "Escreve-me", uma canção de sucesso da época. Aos 11 anos compôs "Nunca te esquecerei".
Com o falecimento do pai teve que trabalhar em várias profissões, entre elas, guia de cego, engraxate, vendedor de bebidas e de condimentos. Aos 20 anos entrou para o Bank of London, onde trabalhou por dois anos. Por essa época, através de seu tio compositor, conheceu vários artistas de renome, entre eles, Ataulfo Alves, Humberto Teixeira, Oswaldo Santiago e Alcyr Pires Vermelho.
Formou-se em Direito e atuou durante alguns anos na profissão de Advogado e Procurador do BEG - Banco do Estado da Guanabara.
Pertenceu a Ala de compositores da Portela e posteriormente integrou a Diretoria da Escola.
De autoria de seu pai, gravou a composição "Meu anjo", composta e dedicada a sua mãe Sylvia (1919-1977), que tocava violino.
Teve algumas músicas censuradas nas décadas de 1960 e 70, entre elas, a marcha "Liberdade! Liberdade", o choro "Meu caro amigo Chico", dedicado a Chico Buarque e ainda "Treze anos", que teve de ser rebatizada por "O divórcio", para burlar a censura. Assinou também com vários pseudônimos, entre eles, Joãozinho da Rocinha, Paulinho da Bioquímica, Mercier e João de Deus.
Como escritor lançou em 2004 o romance "O País dos Meus Anjos" (Da descrença à fé - Coincidência, sinais, evidências), pela Editora Record/Nova Era.
Em 2010 lançou, pela Scortecci Editora, o livro de memórias "Meus Ídolos & Eu", com prefácio de Ricardo Cravo Albin.

Em 1963 teve sua primeira composição gravada, "Só por amor", interpretada por Roberto Carlos. Logo depois, Roberto Carlos também viria a gravar, no ano de 1966, "Nossa canção", considerado o primeiro sucesso romântico do cantor. Por essa época, compôs várias músicas que foram gravadas por diversos artistas da Jovem Guarda. Em 1968 participou do festival "O Brasil canta no Rio", da TV Excelsior, com a composição "Liberdade! Liberdade...". No ano seguinte, em 1969, a convite de Rildo Hora e Romeu Nunes, a música foi lançada em compacto simples pela RCA Victor, tendo no lado B outra composição sua, "Canta menina". Pela mesma gravadora lançou mais três compactos simples com as músicas "Vou" e "Duvido...duvido..."; "Igreja vazia" e "Às margens do rio"; "Hoje está fazendo um mês" e "Foi a noite"; "Sozinho na multidão" e "Seis e dez" e por fim um compacto com o samba "Puxa que luxo!", de sua autoria, tendo do outro lado do disco Picolino da Portela interpretando um samba da autoria do próprio Picolino. No ano de 1970 Cyro Monteiro, no disco "Alô jovens - Ilmo - Cyro Monteiro canta sambas dos sobrinhos", gravou de sua autoria "Por isso eu canto assim". Neste mesmo ano Roberto Carlos interpretou "Ciúme de você". No final do ano de 1973 gravou um compacto simples com a música "Porta aberta", considerado seu primeiro sucesso como cantor. Um mês e meio depois, devido ao grande sucesso do compacto, a gravadora Odeon lançou em 1974 seu primeiro LP, do qual se destacaram as faixas "No silêncio da Madrugada" e "Porta aberta", composição de sua autoria em homenagem à Portela. No ano seguinte, em 1975, pela mesma gravadora, lançou o disco "Missão", despontando com os sucessos nacionais "Bola dividida", de sua autoria, e ainda "Saudade da República", de Artúlio Reis. Por essa época, mudou-se com a família para São Paulo e passou a cantar na Catedral do Samba, uma das principais casas da noite paulista, dividindo o palco com Pery Ribeiro e Leny Andrade. Ainda em São Paulo, como empresário, fundou três casas de shows de sucesso: Canecão Anhembi, Sinhá Moça e Modelo da Liberdade, nas quais se apresentaram Roberto Carlos, Elis Regina, Simone, Chico Anísio, Amália Rodrigues, Martinho da Vila, Clara Nunes, Cauby Peixoto, Ângela Maria, Isaurinha Garcia, Jair Rodrigues, Silvio Caldas, Nelson Gonçalves, Inezita Barroso, Adoniran Barbosa, Os Demônios da Garoa, Os Cantores de Ébano, Lana Bittencourt, entre outros. Em 1976 regravou "Nossa canção" no LP "Luiz Ayrão", no qual também foram incluídas de sua autoria, "Conto até dez", "Reencontro", "A viúva", "Bola pra frente", "Um samba merece respeito", "O lobo da madrugada" e ainda "No quilombo da negra cafuza" e "Lendas e mistérios de um coração", ambas da dupla Totonho e Paulinho Rezende. Deste LP, destacou-se também "Quero que volte", permanecendo por mais de um ano nas paradas de sucesso. No ano posterior, em 1977, gravou novo LP, destacando-se o choro "Meu caro amigo Chico", no qual fez uma resposta musical ao também choro "Meu caro amigo", de Francis Hime e Chico Buarque. Ainda deste disco a faixa "O que que há Portela", de autoria de Tiãozinho Poeta, (um dos seus pseudônimos) alcançou sucesso não só na quadra da escola como também em várias emissoras. Outras composições de sua autoria, entre elas, "O Divórcio" (Treze anos) e "Os amantes", também alcançaram sucesso. Mas a polêmica que envolveu o lançamento do disco foi mesmo por causa da faixa "Mulher à brasileira", samba-enredo com o qual havia chegado às finais na escolha de samba na Portela para o desfile do ano seguinte, sendo o samba aclamado pelo povo na quadra da escola e muito divulgado nas emissoras de rádio, inclusive, cantado pela multidão presente nas arquibancadas superlotadas na hora do desfile, o que causou um certo desconforto para a 'vencedora-oficial' no desfile de 1978. Neste mesmo ano de 1978 gravou o LP "O povo canta", no qual interpretou de sua autoria "Jogo perigoso", além de "Amor dividido" e "Violão afinado", ambas em parceria com Sidney da Conceição, além da faixa-título, também parceria de ambos. No disco incluiu ainda "Meu anjo", composição que seu pai fizera em homenagem à sua mãe Sylvia. No LP "Amigos", de 1979, interpretou um de seus maiores sucesso, a composição "A saudade que ficou - o lencinho", de Joãozinho da Rocinha (outro de seus pseudônimos) e Elzo Augusto. Na faixa contou com a participação especial do coral dos Canarinhos de Petrópolis. Destacou-se também neste disco a faixa "Escola de samba", de sua autoria. No ano seguinte, em 1980, incluiu no novo disco as composições "De amigo pra amigo" (c/ Picolino da Portela), "Coração solitário" (c/ Lourenço), "Moradia" (c/ Belizário César), "Súbita paixão" (c/ Higino Tadeu), "Eu vou te procurar" (c/ Augusto César) e "Casados", em parceria com Sidney da Conceição e Augusto César. O sucesso deste LP foi o samba "Bonequinha" de João de Deus (pseudônimo de Ayrão e Doquinha). Neste mesmo ano de 1980 lançou para o mercado latino o LP "Los amantes" alcançando sucesso em vários países da América Latina. No ano posterior, em 1981, no disco "Coração criança", contou com a participação especial das Meninas Cantoras de Petrópolis na faixa-título, parceria com Sidney da Conceição. Destacou-se desse LP a marcha para a seleção brasileira de futebol "Meu canarinho", premiada com "Disco de Platina". Dois anos depois, no disco "Quem não tem esperança não tem horizonte", incluiu, entre outras, "Saudade bem-vinda" (c/ Élcio Costa), "Boas palavras" (c/ Roberto Corrêa e Sidney da Conceição) e "Volta pra mim", em parceria com Augusto César. Deste LP, destacou-se o samba "Águia na cabeça", composta em parceria com Sidney da Conceição em homenagem à Portela. Nos anos de 1984 e 1985 lançou, pela gravadora Copacabana, os discos "Alegria geral" e "Samba na crista", respectivamente. Em 1987, desta vez pela gravadora Continental, gravou o LP "Luiz Ayrão de todos os cantos", destacando-se a faixa-título em parceria com Freire da Nenê, e ainda de sua autoria "Amanheci", com a participação especial do grupo Pagodeiros da Barra. No ano de 1990 Zizi Possi regravou "Ciúme de você". Neste mesmo ano lançou mais um disco pela gravadora Flama. Deste LP destacou-se como a faixa "Separados", de sua autoria. Em 1994 a banda Raça Negra regravou "Ciúme de você". Dois anos depois a gravadora EMI/Odeon lançou uma coletânea de seus sucessos pela coleção "Meus momentos". No ano de 1999 a mesma gravadora lançou, pela coleção "Raízes do samba", outra coletânea com alguns de seus sucessos, entre eles "Porta aberta" e "No silêncio da madrugada", ambas de sua autoria e ainda "Quero que volte" (Palinha e Pinto) e "Saudades da República", de autoria de Artúlio Reis. Neste mesmo ano de 1999 a banda Raça Negra gravou pela segunda vez a música "Ciúme de você". Em 2003 lançou o CD "Intérprete", no qual incluiu alguns clássicos da MPB, entre eles "As rosas não falam" (Cartola), "Carinhoso" (Pixinguinha e João de Barro), "Último desejo" (Noel Rosa), "Risque" (Ary Barroso), "Caminhemos" (Herivelto Martins), "Lábios que beijei" (J. Cascata e Leonel Azevedo) e "Ouça", de Maysa. Neste mesmo ano a cantora Vanessa da Mata regravou "Nossa canção", incluída na trilha sonora da novela "Celebridade" (de Gilberto Braga), da Rede Globo. A mesma composição foi também incluída na segunda tiragem do disco de Vanessa da Mata, relançado neste ano pela gravadora Sony Music. Ainda neste ano Maria Bethânia, no CD "Maricotinha ao vivo", regravou com sucesso "Nossa canção". Em 2004 a gravadora Sony Music lançou a coletânea "20 supersucessos - Luiz Ayrão". Ainda no mesmo ano gravou o primeiro disco ao vivo no Teatro Miguel Falabella, no Rio de Janeiro, no qual incluiu alguns de seus sucessos: "Nossa canção", "Bola dividida" e "Porta aberta", todas de sua autoria, e "Os amantes" (Sidney da Conceição, Augusto César e Lourenço), "A saudade que ficou - O lencinho", além de sete músicas inéditas. Neste mesmo ano a cantora Vanessa da Matta fez sucesso com "Nossa canção", logo incluída na trilha sonora da novela "Celebridade", da Rede Globo. O cantor Danile regravou "Os amantes". Em 2005 recebeu uma homenagem no "Programa Domingão do Faustão", da Rede Globo, e comemorou o show de número cinco mil de carreira, na qual ganhou discos de "Platina" e "Ouro", por suas expressivas vendagens. No ano de 2006 recebeu outra homenagem, desta vez no "Programa Raul Gil", na Rede Bandeirantes. O programa, além de comentar sua obra e carreira, registrou também os depoimentos e comentários de vários amigos como Noca da Portela, Tia Surica, Nilo Nascimento, Ricardo Cravo Albin, Roberto Corrêa, Martinho da Vila e Martinha, além de familiares, tais como madrinha, primos, tias, filho e filhas. Em 2009 Nana Caymmi regravou "Nossa canção", incluída na trilha sonora do filme "Lula - O Filho do Brasil". Em 2010 foi lançada a coletânea "Grandes sucessos" com 17 faixas, entre as quais "Os amantes", "Nossa canção", O lencinho", "Porta aberta", "Mulher à brasileira", "Bonequinha linda", "Ciúme de você" e "Bola dividida". No ano seguinte, em 2011, fez turnê com o show "A vida é uma festa", apresentado também no palco do Sesc São João de Meriti, no Rio de Janeiro, no qual perfilou diversos sucessos de carreira, entre os quais "Ciúme de você" (gravada por Roberto Carlos, Zizi Possi e Raça Negra), "Bola dividida" (regravada por Zeca Baleiro e Diogo Nogueira), "Nossa canção" (gravada por Roberto Carlos e por Vanessa da Matta) e a composição "O lencinho" (elogiada várias vezes pelo poeta Carlos Drummond de Andrade), além da música "Os amantes", sucesso em sua interpretação. No show foi acompanhado pelos músicos Guto Araújo (teclados), Toninho Moreira (guitarra) e Paulinho Rangel (bateria), com direção musical e baixo de Eristom Gonçalves. Em 2012 fez show com seus maiores sucessos no Teatro Rival BR, no Rio de Janeiro. No ano de 2016, completando 50 anos de carreira, fez show no Imperator - Centro Cultural João Nogueira, no Rio de Janeiro, no qual recebeu como convidado especial Diogo Nogueira, que havia regravado "Bola dividida". No espetáculo interpretou alguns de seus sucessos, tais como "Porta aberta", "Bola dividida", "Mulher brasileira", "Nossa canção", "Ciúme de você" e "Os amantes", além de clássicos de Ataulfo Alves, Noel Rosa e Dorival Caymmi. Neste mesmo ano lançou na "Bienal de São Paulo" livro "Da aurora ao pôr do sol". Durante sua carreira gravou mais de 26 discos, entre LPs e CDs.

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