CARBONO MUSICAL 2: Teixeirinha - O Gaúcho Coração do Rio Grande (1960)

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Teixeirinha - O Gaúcho Coração do Rio Grande (1960)

01. Vou Embora
02. Briga No Casamento
03. Amor De Mãe
04. Ida E Volta
05. Íbrio De Amor
06. Não E Não
07. Coração De Luto
08. Gaúcho No Churrasco
09. Cinzeiro Amigo
10. Gaúcho De Passo Fundo
11. Tiro De Laço
12. Xote Soledade.

Teixeirinha (Cantor. Compositor)
Victor Mateus Teixeira
3/3/1927 Rolante, RS
4/12/1985 Porto Alegre, RS

Teve infância pobre. Seu pai era carreteiro e faleceu quando tinha seis anos. Aos nove anos, perdeu a mãe, que devido a uma crise epilética, morreu queimada na fogueira de lixo que fazia nos fundos do quintal da casa onde morava. Menino órfão, passou a trabalhar em granjas na cidade em que nasceu. Depois foi para Porto Alegre, onde vendeu doces, verduras e trabalhou no cais. Muitas vezes, teve que dormir debaixo do viaduto da Avenida Borges de Medeiros, conforme declarou. Aprendeu a tocar violão sozinho.

Iniciou a carreira apresentando-se em circos e emissoras de rádio do interior gaúcho. Posteriormente apresentou-se em Porto Alegre, cantando em churrascarias e programas folclóricos. Em 1959, gravou seu primeiro disco, onde interpretou o arrasta-pé "Briga no batizado" e o xote "Xote soledade", ambos de sua autoria. O disco não alcançou grande repercussão e ainda gravaria, naquele mesmo ano, mais dois discos. Em 1960, gravou o xote "Gaúcho de Passo Fundo" e a toada-milonga "Coração de luto", ambas de sua autoria. Com "Coração de luto", conheceu seu grande sucesso. A toada, composta quase ao acaso, tornou-se um clássico, com mais de um milhão de cópias vendidas, sendo gravada em 21 idiomas. Por essa época, excursionando pela cidade de Bagé, conheceu a acordeonista Mary Terezinha, que cantava na rádio local. Os dois se casaram e se apresentaram juntos por 22 anos, realizando ainda doze filmes. Em 1961 gravou de Luiz Menezes a canção "Cantiga da saudade" e a valsa "Nunca mais". No ano seguinte gravou de sua autoria a marcha "Obrigado doutor" e o tango "Migalha de amor". Em 1963 gravou, de sua autoria, o xote "Gaúcho andante" e a milonga "Volte papai". No mesmo ano, recebeu o Troféu Chico Viola, uma premiação organizada pela Associação dos Funcionários das Emissoras Unidas (AFEU), e exibida pela TV Record de São Paulo, por ter sido o campeão de vendagem por dois anos consecutivos (1962 e 1963). Em 1964 gravou os arrasta-pés "Motorista brasileiro" e "Sorte tirana", de sua autoria. Em suas composições, manteve vivos ritmos como o vanerão, a vanera, a rancheira, a polca e o xote. Foi um pioneiro no cultivo e popularização das formas musicais gaúchas. Suas composições retratavam a vida em seu dia-a-dia, sem enfeites, numa linguagem cotidiana. Utilizou o rádio como intrumento fundamental de divulgação de seu trabalho. Comprava nas emissoras os horários mais populares, na madrugada, antes dos trabalhadores saírem de casa, ou então à noite, depois que retornavam. Na Rádio Farroupilha de Porto Alegre comandou os programas "Teixeirinha canta para o povo do Brasil" e "Teixeirinha amanhece cantando". Foi também produtor de cinema, através de seus "LPs filmados". Produziu 12 filmes. De uma maneira geral, criava a história, gravava numa fita e enviava para o diretor ouvir e elaborar o roteiro viabilizando a idéia. Em seus filmes, não vivia nenhum personagem específico, e sim, ele mesmo, que travestido de herói, dava tiros e rolava pelo chão no estilo dos caubóis norte-americanos. Em 1966, fez seu primeiro filme, "Coração de luto", com direção de Eduardo Llorente. Em 1969, filmou "Motorista sem limite", de Milton Barragan. Em 1971, foi a vez de "Ela tornou-se freira", de Pereira Dias. Em 1972, filmou "Teixeirinha a sete provas", de Milton Barragan. Em 1974, "Pobre João", de Pedro Dias. Filmou ainda, "Trilha da justiça", "Carmem, a cigana", "Gaúcho de Passo Fundo", "Tropeiro velho" e "Filha de Iemanjá". Este último filme acabou por levar sua produtora cinematográfica, a Teixeira Produções Artísticas, à falência. Deixou uma obra com mais de 60 discos gravados e cerca de 700 composições. Em 1981, filiou-se ao PDS gaúcho na tentativa de seguir carreira política que não deu certo. Em 1994, a gravadora Continental lançou um LP com uma coletânea de suas composições interpretadas por diversos artistas, como Gaúcho da Fronteira, Os Monarcas, Os Garotos de Ouro, Os Milongueiros, Os Serranos, e outros. Graças a recursos tecnológicos, os intérpretes apareciam cantando em dueto com sua voz. Em 1995, por ocasião do aniversário de dez anos da morte do artista, foi realizado em Porto Alegre o Painel "Teixeirinha e a Cultura Gaúcha, Mito e Realidade", pela Discoteca Pública Natho Henn e Casa de Cultura Mário Quintana, com debates e exibição de seus filmes. Ao longo de sua carreira, recebeu 13 Discos de Ouro e um Galo de Ouro, este em Portugal. Excursionou pelo Brasil, América do Sul, América do Norte e Europa. Foi apelidado de "Gaúcho Coração do Rio Grande".

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